Como não se arrepender da sua experiência no exterior

As chances de você se arrepender de estudar no exterior são mínimas, mas há sempre uma pequena possibilidade de algo atrapalhar o seu aproveitamento e, de alguma forma, fazer parecer que a experiência não valeu a pena. A boa notícia é que existem formas de estar muito bem preparado e driblar os problemas que possam surgir pelo caminho.

Partindo da premissa de que erros podem e devem ser evitados se tudo for feito com muito planejamento e antecedência, listamos a seguir seis dicas de como não se arrepender da sua experiência no exterior!

1. Preparar tudo com antecedência

“Boa sorte é o que acontece quando a oportunidade encontra o planejamento.” Como diz a frase de Thomas Edison, uma experiência positiva não é arbitrária. A “boa sorte” é resultado do preparo – e de preferência com muita antecedência.

Tenha a maior parte dos detalhes decidida antes de partir, como matrícula e acomodação. Isto te ajudará a se sentir mais confiante e seguro quanto à viagem e aos primeiros dias no exterior, que são decisivos, afinal, é quando o choque cultural ocorre. Estar bem informado, calmo e determinado será essencial para uma adaptação mais rápida.

Agora, se você resolveu fazer um intercâmbio de última hora, seria aconselhável receber a orientação de uma agência ou consultor especializado para evitar erros mais comuns e ter o respaldo de algum profissional da área de intercâmbio ou estudos no exterior.

Independentemente do tempo que você tiver disponível para o planejamento, nada te impede de fazer um “intensivão” de informação: ler todo tipo de sites sobre o assunto, assistir a vlogs e canais no YouTube, conversar com quem já passou pela experiência e pesquisar o máximo possível.

2. Preparar o seu orçamento

Um dos fatores mais estressantes de todo o processo de estudar no exterior é o financeiro. Preparar o orçamento é uma dor de cabeça, principalmente quando você vai permanecer um longo período em outro país com uma moeda mais cara que o real, como é quase sempre o caso.

Por isso, é essencial se programar para todo tipo de gastos e conseguir guardar uma quantia suficiente para que você não precise se preocupar com dinheiro no exterior pelo menos até conseguir um emprego, se isso for permitido pela lei imigratória do país.

Verifique os seguintes detalhes:

  • Quanto custa o meu curso e como posso fazer o pagamento? (Por semestre, por mês ou o preço total no começo do curso, por exemplo);
  • Quanto custam as passagens aéreas? Preciso adquirir a passagem de volta com antecedência?
  • Quais despesas extras eu terei? (Materiais, acomodação, transporte, lazer, atividades extracurriculares, etc.)
  • Qual é o custo de vida na cidade/país que morarei?
  • Quais são as leis do país em relação ao trabalho com visto de estudante? Se for permitido trabalhar, qual é a média salarial de um estrangeiro no país?

O Numbeo é um site muito bom para pesquisar sobre o custo de vida em cidades do mundo inteiro. Outra coisa para se atentar é que a maioria dos países exigem que o estudante internacional comprove uma quantia mínima tanto para conseguir o visto quanto para passar pela imigração ao aterrissar no país. Esta é uma forma de prevenir que passem por problemas financeiros e também de exercer funções proibidas por lei.

Os estudantes interessados em um curso de inglês na Irlanda, por exemplo, precisam comprovar o pagamento prévio do valor total dos estudos (se for abaixo de € 6.000) e ter acesso a mais € 3.000.

3. Escolher a época mais adequada

Quando dizemos “época mais adequada”, não estamos falando de estações ou meses do ano. Nós queremos dizer o melhor período da sua vida! O leque de opções de estudos no exterior é extremamente amplo, indo de high school e cursos de verão até pós-doutorado. Portanto, a escolha é muito pessoal e envolve objetivos de vida e até mesmo o nível de maturidade do estudante.

Se você for menor de 18 anos, precisará do apoio e permissão dos seus pais ou responsáveis.  Se você quer fazer uma graduação no exterior, precisa considerar que muitas vezes as suas chances de admissão aumentam se você já tiver experiência em uma universidade brasileira ou então se passar primeiro por um curso preparatório. Quem sabe a sua instituição brasileira tem parcerias com universidades estrangeiras e pode te ajudar a conseguir um intercâmbio? Será que é mais adequado ter uma formação no Brasil antes de estudar no exterior? Se você acredita que sim, pode procurar por um MBA ou pós-graduação.

Esta parte do planejamento é subjetiva, mas não menos importante. Considere os seus objetivos pessoais, educacionais e profissionais antes de escolher a melhor época para estudar no exterior!

4. Escolher o destino mais adequado

Assim como o quando, o onde tem uma influência fundamental no sucesso da sua experiência. Para a escolha do país, estado e cidade, considere alguns fatores:

  • Eu prefiro um lugar com clima predominantemente frio ou quente?
  • Eu prefiro cidade grande, pequena ou uma região mais rural?
  • Qual país melhor atenderá aos meus objetivos?
  • O transporte público é bom na região onde morarei ou eu precisarei dirigir?
  • Seria interessante ter uma bicicleta nessa cidade?
  • É possível visitar outros lugares do país de trem ou de ônibus?

Se você detesta frio, o norte do Canadá não seria o destino mais adequado. Se não pretende dirigir no país, uma cidade grande com muitas linhas de ônibus e metrô pode ser uma boa opção. Se você se sente intimidado em uma metrópole e prefere um lugar mais aconchegante e acolhedor, uma cidade pequena ou vilarejo será mais atraente. Tudo vai depender dos seus gostos e preferências em relação às perguntas listadas acima.

5. Aproveitar ao máximo a experiência

Carpe diem. Aproveite o momento. Viva o hoje. Aprecie as oportunidades. Aprenda e cresça com os seus erros.

Frases motivacionais é o que não falta para este tópico! Uma vez no exterior, é hora de aproveitar a experiência ao máximo de todas as formas possíveis:

  • Estude muito e procure ter um desempenho exemplar que faça valer de verdade o curso e que depois possa render frutos para a sua carreira;
  • Participe de atividades extracurriculares e desenvolva interesses diferentes;
  • Desenvolva habilidades sociais e transferíveis;
  • Interaja com os habitantes locais e faça amizades com pessoas de todas as partes do mundo;
  • Treine bastante o idioma estrangeiro;
  • Viaje o quanto for possível;
  • Prove a culinária local.

Estudar no exterior também significa superar diversos desafios, desde morar sozinho até se comunicar em um idioma estrangeiro. Mas procure não focar nos “problemas”, porque eles são superáveis e vão te ajudar a crescer. Ao aproveitar ao máximo sua experiência, quando for hora de voltar para casa, você terá aquela sensação acalentadora de missão cumprida e vai se lembrar desta época com o maior carinho e saudosismo.

6. Ter um plano para o seu retorno

Outra coisa importantíssima para evitar arrependimentos é ter um plano pronto para o seu retorno. Com alguns meses de antecedência, seria pudente começar a:

  • Planejar o seu orçamento para o retorno;
  • Decidir onde você irá morar;
  • Marcar uma festa de boas-vindas para rever os amigos;
  • Procurar um emprego;
  • Matricular-se em um curso;
  • Decidir os próximos passos de sua carreira;
  • Fazer uma nova lista de objetivos.

Tudo isso se faz necessário para evitar uma coisa muito comum entre ex-intercambistas: a síndrome do regresso, mais conhecida como “depressão pós-intercâmbio”.

Ao retornar, você será uma nova pessoa, mas todo o resto continuará igual, como você havia deixado. Isso pode causar uma sensação desagradável de não pertencer mais ao seu “habitat natural”. Quando muito forte, esse sentimento pode, de fato, se desenvolver para uma depressão e, consequentemente, fazer parecer que o intercâmbio não valeu a pena.

Existem muitas formas de evitar a síndrome do regresso, a mais eficiente delas é estar preparado para o seu retorno e manter-se ativo. Leia nossas dicas sobre como lidar com a depressão pós-intercâmbio.