Está preparando sua candidatura e chegou aquele momento em que você tem que se apresentar para a universidade? Não entre em pânico: escrever uma carta de apresentação acadêmica é simples, mas existe uma série de erros comuns a evitar se quer aumentar as chances de ser aceito no seu curso de eleição. Tome nota dos cuidados que deve ter.
1. Copiar outra carta de apresentação ou enviar a mesma para várias candidaturas
Estar sem tempo para escrever várias cartas não é desculpa para usar a de outra pessoa, já que isso pode simplesmente arruinar sua candidatura. Os departamentos de admissão analisam centenas de candidaturas por dia e conseguem detetar quando isso acontece, colocando de imediato a sua carta de parte.
O mesmo sucede quando você envia a mesma carta para todas as escolas e cursos para os quais se está candidatando - por mais que tome cuidado na adaptação de cada texto, ele será mais despersonalizado, desleixado, podendo facilmente incluir erros de destinatário. Faça apenas uma lista com os aspetos que você precisa mencionar em qualquer carta de apresentação sua e seja criativo e diversificado na sua conjugação.
2. Usar gíria ou lugares-comuns
Nunca é demais repetir: você não está se candidatando a um cargo em uma empresa de finanças, mas também não está numa competição entre amigos. Se você usa “frases feitas”, expressões demasiado comuns que todo o mundo escreve em qualquer carta de apresentação, não terá muitas chances de se destacar. Pior ainda se usar palavras demasiado informais ou gíria: como você quer ser levado a sério com uma linguagem vulgar? De novo, você será visto como alguém desleixado, que não está assim tão interessado naquele curso.
3. Ser demasiado formal
Nem 8 nem 80: uma linguagem cuidada não tem que ser aborrecida ou forçada. Escreva frases fluidas, com palavras que, de facto, reflitam seus pensamentos. Não precisa recorrer a palavras complexas e coloquiais para mostrar que tem conhecimentos: basta diversificar, não repetindo termos, mas mantendo sempre um tom de conversa na sua escrita – ou seja, não passar repentinamente de uma escrita formal para uma mais informal só porque está mudando de outro assunto. Tente se imaginar no ambiente de entrevista pessoal ideal, sem nervosismo, onde você consegue se explicar naturalmente e com um tom aprazível.
4. Ser bajulador ou presunçoso
Também relacionado ao ponto anterior: utilizar demasiados termos formais pode passar a ideia de que você está tentando se exibir. É muito importante que você se mostre, fale das suas habilidades e do contributo que poderá dar para a universidade, mas existe forma de o fazer sem parecer presunçoso: seja objetivo, descreva seu trabalho acadêmico e resultados, indicando os seus conhecimentos específicos e, se possível, como os adquiriu – justifique-se com exemplos.
Por outro lado, também não vale a pena tentar elogiar demasiado a instituição – as universidades já sabem que são “excelentes” e por quê. Se quer falar sobre a escola, relacione a respetiva atividade educacional e de pesquisa e com as vantagens que você poderá trazer para ela se for aceito.
5. Escrever demasiado (como nós nesse texto)
Quando a instituição não dá um limite de palavras, a tendência é para escrever um verdadeiro “testamento”. Sabe o que pode acontecer quando os departamentos de admissão encontrarem a sua carta, entre tantos milhares que ainda têm para ler? Descartá-la só de olhar o tamanho. O segredo é escrever só o que fôr relavante para a instituição e curso de candidatura. Pode mencionar seus hobbies ou interesses, caso considere que eles influenciam seu trabalho e percurso acadêmico, mas não se alongue. Lembre-se da regra inglesa do KISS: Keep It Simple and Short (mas não demasiado curto; o necessário para o seu caso).
6. Deixar o texto com aparência desleixada ou confusa
Esse erro não tem como desculpar: hoje em dia, qualquer carta de apresentação acadêm
ica pode ser preenchida diretamente no formulário online ou impressa para envio físico. Com tantos programas e ferramentas de edição no computador, você tem a possibilidade de reescrever, revisar o tipo de letra, justificar o texto, colocar parágrafo, destacar títulos, adicionar notas ou até optar por um modelo diferente.
Tal como um texto demasiado longo é inatrativo, uma carta com um só parágrafo e sem divisão de conteúdo irá aborrecer qualquer universidade. Seja organizado, e, se essa for a sua área ou quiser arriscar, coloque sua criatividade em prática e crie uma carta diferente mas clara.
7. Enviar o texto sem rever
Compreendemos – depois de terminar de escrever, você só quer enviar direto e aguardar por uma resposta. No entanto, esse retorno pode não ser positivo se você se esquecer de revisar cada parágrafo antes de enviar ou imprimir. Ative o corretor de ortografia automático, mas, acima de tudo, revise todas as frases para entender se as ideias são coerentes, trocando palavras dúbias por outras mais claras. Se a sua carta não estiver na sua língua nativa e se sentir um pouco inseguro escrevendo nesse idioma, peça a um falante nativo para revisar com você antes de enviar.