Estudantes brasileiros estão cada vez mais de olho em Portugal como uma das opções para intercâmbio, graduação e/ou cursos. Como já falamos aqui no VivaPortugal, dentre as vantagens de estudar em terras lusitanas estão o custo de vida, as belezas naturais e pontos históricos, além da vida cultural movimentada, da gastronomia rica e da língua.
Além de Lisboa e Porto, locais que já falamos aqui na nossa série de matérias sobre as regiões portuguesas, Coimbra também está na lista das principais cidades universitárias do país. Ela faz parte da Região do Centro de Portugal, lugar que vamos conhecer melhor nas próximas linhas.
Antes de qualquer coisa, você precisa saber que a zona do Centro de Portugal é como um país dentro de outro. Tem de tudo: monumentos, praias, aldeias, montanhas, etc. Abençoado com uma paisagem eclética, o local é conhecido pelas praias fantásticas; 27 encantadoras aldeias de xisto - um tipo de pedra; e as encostas acidentadas da Serra da Estrela – o pico mais elevado da Portugal continental.
Com várias cidades, a zona soma uma área de 28 405 km² (31% de Portugal continental) e uma população de aproximadamente 2,3 milhões de habitantes, correspondendo a 23,2% do continente e a 22% de Portugal.
A famosa cidade de Coimbra, citada acima, abriga a universidade mais antiga do país, com uma biblioteca do século XIII, além de várias referências da arquitetura barroca. Ainda na região central de Portugal, as cidades históricas de Viseu e Castelo Branco se destacam, assim como Aveiro, conhecida como “Veneza portuguesa” por conta dos rios, canais e barcos.
Mais ao Sul, pela costa, o turista ou estudante pode visitar grandes extensões de praias douradas e aldeias de pescadores. Já a cidade de Fátima é um grande centro de peregrinação nacional e mundial, atraindo milhares de fiéis ao seu santuário e basílica.
As paisagens da Serra da Estrela também chamam atenção. É lá que nascem os rios Mondego e Zêzere, que abrigam grande biodiversidade, formando um verdadeiro parque natural, repleto de lagos e trilhas para pedestres. Essa, inclusive, é a maior área de florestas protegidas de Portugal. Por lá, destacam-se os queijos, a cereja, o azeite, o mel e os vinhos – tudo com aromas e sabores únicos.
A Região do Centro do país também é formada por serras e montanhas do Sistema Montejunto-Estrela, do qual faz parte o Maciço Calcário Estremenho - grupo de montanhas composto por serras e planaltos - e também o conjunto de 27 pequenas aldeias do Xisto e 12 aldeias históricas de Portugal.
As aldeias históricas do Centro do país estão localizadas à volta do Parque Natural da Serra da Estrela e da fronteira espanhola. A maioria delas foram construídas para ocupar e fortalecer a região.
As aldeias históricas são: Almeida, Belmonte, Castelo Mendo, Castelo Novo, Castelo Rodrigo, Idanha-a-Velha, Linhares da Beira, Marialva, Monsanto, Piódão, Sortelha e Trancoso.
Ao Norte da Região do Centro de Portugal está a Região do Norte; ao Leste do Centro está a Espanha; já ao Sul da região central do país está a região do Alentejo. A Sudoeste do Centro de Portugal está a Área Metropolitana de Lisboa e a Oeste encontra-se o Oceano Atlântico.
Clima e estações do ano
Se você se interessou por essa região, saiba que os vales e cordilheiras vestem-se de cores diferentes a depender da estação do ano: no Inverno, as encostas cobrem-se de neve; enquanto isso, na Primavera e no Verão, o cenário se adequa a outros tipos de aventura, como escalada e parapente. O Outono, por sua vez, traz consigo uma paleta de cores quente e terrosa para as montanhas.
Os Verões são amenos nas terras altas do Centro. O Outono e o Inverno são tipicamente frios, ventosos, chuvosos e frescos. É bem comum que ocorram temperaturas negativas durante os meses mais frios.
Cultura
Assim como em outras regiões do país, a riqueza cultural do Centro inclui catedrais, museus, coleções de arte e ruínas romanas, além de muros espalhados pela fronteira com Espanha que remontam aos séculos XI a XIII. Essa região também é famosa pelas suas festas tradicionais e pela rica gastronomia.
Gastronomia
Por falar em culinária, a região tem a riquíssima gastronomia. O famoso leitão à Bairrada aos ovos é um prato típico em Aveiro. Também é uma zona cheia de queijos artesanais, como o da Serra – um dos mais conhecidos de Portugal. Além disso, os doces conventuais devem estar na lista de qualquer visitante.
Cidades
Agora que você já sabe um pouco mais sobre a região, que tal conhecer melhor algumas das cidades de lá? As mais populosas do Centro são Coimbra (143 396 habitantes), Leiria (126 897), Viseu (99 274) e Aveiro (78 450). A que tem maior movimentação turística e religiosa, entretanto, é Fátima. Conheça as principais.
Coimbra
Um dos lugares mais históricos do país, Coimbra é a principal cidade do Centro de Portugal. Dono de um patrimônio rico, o município é banhado pelo rio Mondego. A presença humana nesta região vem de tempos remotos – a cidade já foi ocupada pelos Celtas e culturalmente transformada pelos Romanos. Visigodos e Muçulmanos também passaram pelo local.
Ao longo da história, Coimbra foi ainda um importante entreposto comercial por conta do rio Mondego. A Universidade de Coimbra, a mais antiga universidade da Europa, classificada em 2013 como Patrimônio Mundial da Unesco, é outro grande marco cultural e de desenvolvimento da cidade.
Existe, em Coimbra, um grande fervor em torno da tradição acadêmica. Na Torre da Universidade, ainda tocam os sinos que desde o século XVI regulam a vida estudantil.
A cidade é também conhecida pelos monumentos históricos, como a Igreja e Mosteiro de Santa Cruz. No centro de Coimbra, é quase impossível não encontrar homens cantando um fado.
A cidade, que é conhecida pelos artistas - em cada esquina viveu um grande autor -, é também a terra de Inês de Castro e do rei D. Pedro, personagens históricos que viveram a mais famosa e trágica história de amor portuguesa. Talvez por isso, muita gente chama a cidade de “capital do amor em Portugal”.
Aveiro
A cidade de Aveiro tem cerca de 70 mil habitantes, distribuídos por 14 freguesias. Aveiro tem uma localização geográfica privilegiada, principalmente por conta da Ria de Aveiro, ou foz do Vouga, com exploração das salinas, a pesca e o comércio marítimo.
Apesar de ter ficado quase dois séculos sem ter um canal que ligava a Ria ao mar, hoje Aveiro é considerada a “Veneza portuguesa”. Isso se deve justamente aos seus canais: através deles, é possível descobrir a cidade de moliceiro, barcos que antes eram usados para colher “moliço”, vegetação submersa na Ria.
Destaca-se, na cidade, o centro histórico, cheio de casas da época da Arte Nova. Na gastronomia, os ovos moles são a especialidade local.
Ali perto está a praia da Costa Nova, conhecida pelas suas casas de pescadores coloridas.
Peniche
Peniche é uma cidade costeira localizada numa península com cerca de 10 km². A grande costa marítima faz com a cidade tenha praias de areias finas e águas límpidas.
Não à toa, Peniche se destaca no país por sua indústria pesqueira. O seu porto marca a essência da cidade de pescadores, que hoje tem crescente indústria turística.
Perto de Peniche encontra-se o arquipélago das Berlengas, composto por três grupos de ilhas: Berlenga Grande e Cerro da Velha, as Estelas e os Farrilhões. Nesse arquipélago, é possível encontrar inúmeras aves marinhas, além de recifes e grutas marinhas naturais.
Nazaré
Típica vila de pescadores, com casas brancas espalhadas sobre as encostas, Nazaré é rodeada de penhascos. A cidade portuguesa é um dos destinos turísticos preferidos no país.
Um dos passeios de Nazaré é andar pelas ruas da cidade e passar pelo aprazível paredão junto à praia. Por ali, a tradição se reflete até no vestuário: há vários pescadores vestidos com camisas de xadrez e calças pretas e mulheres com sete saiotes, muitas vezes remendando as redes de pesca ou secando o peixe sobre a areia.
No topo da vila está o Miradouro do Suberco, situado a 110 metros acima do nível do mar, que oferece vistas deslumbrantes da praia e do oceano. O Sítio é atualmente uma localidade muito visitada por peregrinos, com a Igreja da Nossa Senhora da Nazaré, o Hospital, o Terreiro da Romaria, o Museu Etnográfico e Arqueológico Dr. Joaquim Manso e o Forte de S. Miguel Arcanjo, do século XVII, onde está instalado um farol.
Por ali, um elevador leva a um dos locais mais emblemáticos pontos da cidade Nazaré: a Ermida da Memória, também referida como Capela da Memória, pequena capela onde, segundo a lenda, Nossa Senhora da Nazaré salvou a vida a D. Fuas Roupinho, em 1182.
Viseu
Localizada entre montanhas, Viseu é apelidada de “Cidade do Verde Pinho”. Também é uma cidade histórica, onde há vestígios de ocupação humana remotos - por lá passaram as civilizações castreja e romana.
Foi em Viseu que nasceu o guerreiro Viriato, líder da tribo lusitana que combateu os romanos, tirando-os do território português. Com isso, a cidade possui um importante um patrimônio histórico aos mais variados níveis. O maior exemplo é a Sé de Viseu, erguida entre os séculos XIII e XIV, que tem um estilo gótico.
Lá está o Museu de Arte Sacra, classificado como Monumento Nacional. O Largo da Sé é uma das artérias do Centro Histórico da cidade, abrindo caminho para as ruelas que escondem riquezas a cada esquina.
Tomar
A grande atração da cidade de Tomar é o Convento de Cristo, um Patrimônio Mundial da Unesco. O monumento pertencia aos Templários, uma ordem que foi dissolvida em 1314, devido à perseguição do rei de França.
Seu centro histórico tem ruas estreitas e tem como pontos a sinagoga transformada em museu, o Aqueduto de Pegões e a Mata Nacional dos Sete Montes.
Almeida
Com 2500 m², Almeida é uma das 12 aldeias históricas de Portugal. Vista de cima, a vila parece uma estrela de 12 pontas por conta dos revelins que rodeiam o espaço. A aldeia foi edificada nos séculos XVII e XVIII, ao redor de um castelo medieval.
O local era importante para a defesa da região, uma vez que se situa num planalto a cerca de 12 quilômetros da fronteira com Espanha.
Almeida é, até hoje, um dos melhores exemplos da fortificação abaluartada que existe em Portugal. Por lá, ainda é possível encontrar muralhas rodeadas por um vasto fosso que dificultava a passagem dos invasores.
Há ainda portas falsas para enganar invasores e casamatas subterrâneas que, na época, eram enchidas de todo o tipo de material necessário para a sobrevivência em caso de guerra. Poderiam, inclusive, servir de abrigo para toda população.
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